As Novas da Bossa

Novas cantoras brasileiras invadem o cenário da velha bossa nova

Phamella Menezes e Thalita Cardoso

 

A Bossa Nova passa por renovações de vozes. Mais recentemente a coisa parece ter tomado uma dimensão maior, pelo menos em número absoluto de novos talentos como: Bebel Gilberto, Cibelle Cavalli, Roberta Sá, Marina de La Riva, entre outras.

As redefinições pelas quais o mercado passa atualmente atingiram em cheio a perspectiva e a noção de sucesso dos novos nomes que foram surgindo nos últimos anos.

Bebel Gilberto, nascida em Nova Iorque, filha de João Gilberto e Miúcha e sobrinha de Chico Buarque começou cantar cedo, participando de coros infantis e musicais como Saltimbanco e Pirlimpimpim. Estreou ao lado do pai, em 1980, cantando Chega de Saudade. Trabalhou no filme A Cor do seu destino, de Jorge Durán. Participou do projeto Peeping Tom do estadunidense Mike Patton, antigo Faith No More, cantando Caipirinha.

Inconfundível com sua voz doce e seu jeito sofisticado é chamada ultimamente de musa lounge. Amiga de Cazuza, com ele gravou Eu preciso dizer que te amo e já fez parcerias com Caetano Veloso e David Byrne. Bebel lançou em 2007 seu último álbum Momento que traz músicas como ‘Um Segundo’’ e ‘’Cadê Você?’’.

 

Cibelle Cavalli 24 anos é paulistana radicada em Londres desde a década de 90. Com influências tão diversas como Nina Simone, Tom Jobim, Jackson do Pandeiro e Bjork, seu primeiro trabalho é bastante eclético e leva seu nome Cibelle. Das 11 faixas do álbum, nove foram escritas por ela, que canta com a mesma facilidade, quer seja em português ou inglês. O arranjo é pós-bossa nova, suave e inovador. Destaques para as músicas ‘’Só sei viver no samba’’ e ‘‘Luísas’’, cuja letra se utiliza das belezas do Rio de Janeiro e de vários efeitos eletrônicos.

Aos 24 anos, a jovem cantora Roberta Sá apresenta o seu Braseiro com jeito de veterana. Em pouco mais de três anos, a música passou de coadjuvante à protagonista na vida de Roberta, desde que ela teve a certeza de que esse era o caminho. Um show no Mistura Fina, em 2002, foi uma espécie de marco zero na conquista de aliados de peso. O produtor e professor de canto Felipe Abreu, que assina a direção do vocal de Braseiro, estava lá e foi o primeiro grande incentivador. O músico Paulo Malagutti entrara em cena na produção de um demo com cinco músicas, que começou a ser gravada em 2003 no estúdio de Rodrigo Campello (que viria a produzir Braseiro).

 

 Marina de La Riva é uma cantora brasileira que mistura elementos da música cubana e brasileira em suas canções. Seu primeiro e único disco, de nome homônimo ao da cantora, foi não só muito bem recebido pelo público, como também pela crítica. Por este primeiro álbum, conquistou o prêmio APCA de revelação feminina (categoria música popular) e foi indicada ao prêmio TIM de Música para disco de língua estrangeira (categoria especial). A princípio, o CD contaria somente com músicas cubanas. No entanto, ao chegar a Cuba, a brasilidade falou mais alto e Marina optou por incluir músicas brasileiras no álbum.

A parceria com Chico Buarque veio de uma forma um tanto quanto inusitada, graças a um amigo em comum de ambos os músicos. A música escolhida foi “Ojos Malignos”, de Juan Pichardo Cambier, e é cantada em espanhol.

1 Responses to

  1. Iveli disse:

    A Bossa Nova, continua e continuará servindo de fonte para novas gerações.
    Excelente texto, parabéns Phamella e Thalita.

Deixe um comentário